Quem Somos
A APP – Associação dos Portos de Portugal é uma Associação sem fins lucrativos constituída em 1991, com o objectivo de ser o fórum de debate e troca de informações de matérias de interesse comum para os portos e para o transporte marítimo.
Pretende-se que a APP contribua para o desenvolvimento e modernização do Sistema Portuário Nacional, assumindo uma função que esteve subjacente à sua criação: constituir-se como um espaço privilegiado de reflexão e de decisão.
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Porto de Lisboa reafirma compromisso com a descarbonização
A Administração do Porto de Lisboa (APL) tem em curso um conjunto abrangente de projectos e iniciativas que demonstram o seu compromisso activo com a sustentabilidade e com a redução de emissões, das quais se faz a seguir um ponto de situação, destacando algumas das mais relevantes para redução de emissões poluentes e descarbonização em Lisboa:
A) Investimento em infraestruturas elétricas em terra (OPS - Onshore Power Supply): O Porto de Lisboa tem em curso um plano robusto e faseado, em execução desde 2023, para instalar capacidade OPS, em linha com os requisitos do Green Deal Europeu e do regulamento AFIR.
Este projeto estratégico para a sustentabilidade ambiental e transição energética criará a infraestrutura necessária para fornecer energia elétrica aos navios no Terminal de Cruzeiros de Lisboa e nos terminais de carga da Zona Oriental.
O projeto está a ser executado em duas fases distintas. A primeira fase, com um custo de cerca de 20 milhões de euros, encontra-se em implementação pelo Porto de Lisboa, enquanto a segunda fase será suportada pelos concessionários dos respetivos terminais.
O Porto de Lisboa já investiu 2,7 milhões de euros para o desenvolvimento e concretização da primeira fase, nomeadamente na instalação da linha de alta tensão e nos projetos para a construção da subestação principal e da rede interna de média tensão.
Cronograma do projeto OPS:
• 2022-2023: Estudos técnicos, avaliação de necessidades e preparação de candidaturas a fundos europeus
• 2023: Início da implementação da primeira fase
• Em curso: Empreitada da linha de alta tensão, que interliga a Subestação da E-Redes no Alto de São João à Subestação do Porto de Lisboa, uma obra de 4 km numa área urbana densificada
• Projeto-piloto em curso: Candidatura submetida ao Fundo CEF (Connecting Europe Facility) para instalação de infraestrutura elétrica no Terminal de Cruzeiros
• 2025-2027: Cronograma previsto para a conclusão das obras da primeira fase, em cooperação com stakeholders como Lisbon Cruise Port, EDP, municípios e operadores marítimos
Este investimento permitirá uma redução significativa de emissões de CO₂, NOx, SOx e partículas, melhorando a qualidade do ar na zona ribeirinha da Cidade e aumentando a atratividade do Porto de Lisboa para operadores que valorizam a sustentabilidade.
B) Environmental Port Index (EPI): O Porto de Lisboa foi o primeiro porto do sul da Europa a integrar esta rede desenvolvida por um consórcio de portos noruegueses em colaboração com a entidade DNV AS - Maritime.
Este sistema inovador, lançado em 2019 e considerado uma iniciativa de referência a nível global, permite monitorizar em tempo real as emissões atmosféricas dos navios durante a sua permanência em porto e promover a responsabilização ambiental das companhias marítimas. A iniciativa estende-se tanto a navios de cruzeiro como a navios de carga, sendo o primeiro porto a aplicar esta abordagem a ambos os tipos de embarcações.
C) Energia renovável: O Porto de Lisboa instalou a primeira turbina eólica urbana WindCredible numa infraestrutura portuária nacional, na sua torre VTS, constituindo um projeto-piloto com vista à replicação em outras zonas do porto e da Cidade. Esta iniciativa representa um contributo direto para a redução da pegada energética do próprio Porto de Lisboa.
D) Parcerias estratégicas: A APL mantém parcerias ativas com startups e centros de I&D para apoiar a inovação em sustentabilidade, participando ativamente em redes internacionais de sustentabilidade portuária e implementando continuamente boas práticas ambientais e de ecoeficiência.
São exemplo um projeto desenvolvido com a Wavecom para a monitorização hídria e energética dos consumos da Doca de Santo Amaro; a Implementação do teste de inovadores painéis solares fotovoltaicos, instalados no edifício de serviços da APL em Alcantara, em parceria com a GALP. E ainda o desenvolvimento do projeto SMART PORT LX, em parceria com a Nova IMS, tendo em vista a monitorização inteligente ambiental e da atividade do Porto de Lisboa.
E) Monitorização e transparência: O Porto de Lisboa tem assumido um papel proativo na monitorização e divulgação de dados sobre a qualidade do ar. Mais recentemente, em outubro de 2024, apresentou publicamente o estudo "Monitorização da Qualidade do Ar na envolvente do Terminal de Cruzeiros de Lisboa", desenvolvido ao longo de um ano, que avaliou as emissões associadas à atividade de cruzeiros em zonas de influência direta do porto.
Este estudo demonstrou que, apesar de algumas ultrapassagens pontuais aos valores-guia da OMS, os níveis de poluição registados permaneceram dentro dos limites legais europeus e nacionais, representando um passo significativo na produção de conhecimento técnico e científico sobre os impactos reais desta atividade na cidade.
F) Coordenação e cooperação: A APL implementou e lidera o Comité de Sustentabilidade da Atividade de Cruzeiros em Lisboa, reunindo entidades como a Câmara Municipal de Lisboa, AGEPOR, CLIA, Lisbon Cruise Port, ANA Aeroportos, Turismo de Lisboa, Turismo de Portugal, TAP e a associação ambientalista ZERO. Esta plataforma multilateral promove soluções sustentáveis para o setor e assegura um debate informado, com base em dados reais e objetivos.
A APL lidera a agenda europeia da sustentabilidade, com a coordenação do Comité do Desenvolvimento Sustentável da ESPO – Associação Europeia de Portos Marítimos e o Comité de Sustentabilidade da Cruise Europe – Associação Europeia de portos de cruzeiros.
G) Compromisso com o futuro: O Porto de Lisboa reafirma o seu compromisso com a descarbonização, a transparência e o diálogo aberto com a sociedade civil, operadores e media.
A transição sustentável exige um esforço contínuo de medição, cooperação e responsabilidade partilhada, princípios que a APL tem vindo a implementar de forma consistente e que continuará a aprofundar.