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Notícias
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A epopeia da sardinha
A traineira ‘Arrifana’ abandona o porto de Portimão e para trás ficam as praias repletas de corpos bronzeados que usufruem em pleno do Agosto algarvio. Uma imagem de Nossa Senhora de Fátima e o emblema do Benfica protegem a faina que começa às 18h00 e que arrasta consigo a mesma esperança dia após dia: a de encontrar sardinha no mar.
Para os doze homens que estão a bordo do barco, este é apenas mais um entre tantos dias no trabalho que tão bem conhecem. O mestre Joaquim Dias aponta o barco, de 22 metros, em direcção a Sotavento, no sentido de Albufeira. A ondulação tem um metro e o vento incomoda os menos habituados a esta vida feita de mar. Não demora muito até a sonda ser ligada, para ajudar a detectar os cardumes.
“Hoje não se encontra nada”, desabafa o mestre, 60 anos de vida e experiência de sobra na faina, depois de horas a olhar para o ecrã. Dito e feito. O barco regressa vazio, por volta das 23h00, ao porto. Mas por pouco tempo. Às 02h00 a traineira volta a sulcar as águas, desta feita para Barlavento, rumo a Lagos. Hora e meia depois, ao largo da praia da Luz, o mestre aponta para o ecrã: “Está a ver… há peixe aqui.”
SARDINHA EUROPEIA
A espécie que vive na costa portuguesa dá pelo nome científico de sardina pilchardus. Vive numa área alargada, que vai desde a costa da Mauritânia, em África, até ao mar do Norte, entre as ilhas Britânicas e a Escandinávia. Também vive no Mediterrâneo, mas é na linha de costa que vai desde o norte de Marrocos ao golfo de Biscaia, na costa Atlântica de França, que existem os maiores stocks.
Os movimentos migratórios não são bem conhecidos – porque estes pequenos peixes são muito difíceis de marcar -, mas estima-se que os cardumes circulem ao longo de toda a costa portuguesa. “As sardinhas procuram zonas de afloramento da costa, em que há correntes de água fria que vêm das profundezas até à superfície, o que propicia a criação de plâncton (algas microscópicas) que são o seu principal alimento”, explica Jorge Ré, investigador do Instituto do Mar. As zonas entre a Figueira da Foz e Aveiro, os estuários do Tejo e do Sado e o golfo de Cádis (em Espanha) são pontos conhecidos de maior concentração de sardinha.