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Uma economia refém dos portos
Uma classe profissional não precisa de ser numerosa para ter o poder de paralisar um país. Basta estar num lugar-chave: como o comando de uma frota de aviões, a torre de controlo do tráfego num aeroporto, a condução de uma linha de comboios, as urgências de um hospital – ou um porto. Quando um piloto, um controlador aéreo, um médico ou um estivador decide parar, já sabe que o seu acto será consequente: haverá empresas e pessoas paralisadas, entregas condicionadas e prazos falhados, negócios ameaçados.
As greves no sector portuário, que se iniciaram em Agosto, e que hoje afectam sobretudo Lisboa, Setúbal e Figueira da Foz, não estão apenas a paralisar estas cidades. Estão a paralisar uma economia. São como um bloqueio nas veias e artérias de um país, impedindo que a circulação de produtos continue a bombar o já débil coração da economia nacional.
As empresas que dependem destes portos para receber e escoar bens e mercadorias estão, por isso, reféns de um grupo de trabalhadores portuários que, para defesa dos seus próprios interesses, está a ferir os interesses do próprio país. Interesses que, entenda-se, envolvem as exportações nacionais e a sustentabilidade de boa parte das empresas portuguesas. Não está aqui em causa a legitimidade das reclamações dos trabalhadores dos portos nacionais – estão no seu direito de protestar, exigir. Em causa está, isso sim, a forma escolhida para contestar.
Mais do que fazer uso de um poder que sabem que têm, estes trabalhadores estão a impor a sua vontade a outros, sabendo o prejuízo que isso irá causar. E isso pode ser encarado como um abuso de poder. O entendimento – que, como se viu, é possível, porque aconteceu em Sines e Leixões é, por isso, urgente e deveria evitar a dramática requisição civil que os empresários começam a exigir.
EDITORIAL DO "DIÁRIO ECONÓMICO", 10.10.2012
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