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NAUFRÁGIO
Caixa negra do Costa Concordia estava avariada
A caixa negra do cruzeiro Costa Concordia, naufragado em Janeiro perto da costa italiana, avariou quatro dias antes do acidente, sendo impossível reconstituir todos os acontecimentos da noite do naufrágio, noticia o 'Corriere della Sera'.
A empresa proprietária do navio, a Costa Cruceros, emitiu um comunicado negando as informações, no qual assegura que "tinha apenas sido registado um código de erro" e que o equipamento "não estava inutilizado".
O naufrágio, no qual morreram 32 pessoas, ocorreu na noite de 13 para 14 de Janeiro, depois de o navio embater numa rocha junto à ilha de Giglio, ao largo da Toscânia.
Segundo o diário italiano, os investigadores nomeados pelas autoridades judiciais de Grosseto (centro de Itália) para reconstituir o acidente, determinaram que a caixa negra avariou a 09 de janeiro, com base em testemunhos e na análise de "e-mails" trocados entre trabalhadores da companhia proprietária do navio.
As mensagens demonstram, segundo o diário, que o aviso da avaria da caixa negra foi feito no dia seguinte e foi acordado com uma companhia especializada a reparação do equipamento a 14 de janeiro.
Os investigadores só dispõem de elementos até às 23:36 do dia 13 de janeiro, cerca de hora e meia depois do embate com a rocha e quando a evacuação do navio ainda prosseguia, período de tempo registado no computador de bordo.
No entanto, ressalva o diário, ao contrário de uma caixa negra, o computador de bordo é um equipamento "acessível", cujos dados podem ser manipulados e deveriam, por isso, ser confirmados.
Segundo o Corriere, as regras marítimas internacionais proíbem a navegação sem que todos os instrumentos de bordo estejam a funcionar. Esta informação também é negada pela Costa Cruceros, que afirma, no comunicado, que "não existe nenhuma regulação ou convenção internacional que proíba um barco de navegar numa situação semelhante".
O jornal escreve ainda que, além da avaria na caixa negra, os investigadores encontraram outras anomalias no Costa Concordia. As portas estanques, que devem estar fechadas, estavam abertas. Estas portas podem ser abertas para facilitar a circulação do pessoal do navio, mas isso exige uma autorização da capitania do porto, a qual não foi dada neste caso. Por outro lado, segundo o jornal, o navio não tinha "cartas marítimas aprovadas".
Segundo a Costa Cruceros, no entanto, "os dados do VDR (caixa negra) não apoiam a afirmação de que as portas estanques estivessem abertas" e assegura que o navio "estava equipado com todas as cartas náuticas necessárias, em papel e eletrónicas, para completar a viagem planeada".
O Costa Concordia transportava 4.229 pessoas - 3.200 turistas de 60 nacionalidades e mais de mil tripulantes.
O comandante, Francesco Schettino, está desde o naufrágio em prisão domiciliária.
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