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PARA RECUPERAR GUINDASTE DOS ESTALEIROS DE VIANA
Multinacional alemã admite adiantar financiamento
A alemã Enercon já chegou a acordo para comparticipar os custos financeiros que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) terão para reparar um guindaste da empresa, mas admite aguardar ainda o planeamento da operação.
“Demonstrámos a disponibilidade para colaborar financeiramente na reparação, através de um adiantamento dos pagamentos futuros que teríamos de fazer aos estaleiros pela utilização do guindaste”, explicou nesta quarta-feira à agência Lusa Francisco Laranjeira, administrador da Enercon em Portugal.
O grupo alemão chegou a admitir reduzir o volume de exportações, actualmente em dois navios por semana, face aos alertas “inconsequentes” junto das sucessivas administrações dos ENVC, ao longo de três anos, para garantir a operacionalidade de um guindaste, cuja reparação deverá ascender a 200 mil euros.
A multinacional alemã ocupa desde 2005 terrenos subconcessionados pelos ENVC, nos quais instalou um dos dois pólos industriais que detém em Viana do Castelo para a produção de aerogeradores e outros componentes, mais de metade dos quais seguem já para exportação, por via marítima.
“Mas este acordo está dependente da apresentação do planeamento dos trabalhos já que só o poderemos utilizar quando estiver reparado e com certificado de segurança emitido”, sublinhou Francisco Laranjeira, recordando que no contrato de concessão, aquando da instalação da Enercon, existia a garantia de disponibilização, por parte dos ENVC, de um guindaste, mediante o pagamento por parte da Enercon da sua utilização.
Face à situação de inoperacionalidade do guindaste de 50 toneladas existente naquele local, e que deveria apoiar as cargas da Enercon – tendo em conta que os navios já atracam no cais partilhado pela empresa e pelos ENVC –, a multinacional alemã viu-se obrigada nos últimos meses, quando incrementou as exportações, a alugar “pesadas gruas móveis de longo alcance”.
“Apesar do investimento que as autoridades marítimas fizeram ao dragar um canal de navegação até ao cais, na semana passada tivemos que enviar um navio para o porto comercial, na outra margem, para carregar. Estava outro navio no cais e com os meios actuais não podíamos fazer essa carga e tivemos de enviar todo o material novamente, pelo meio da cidade, até ao porto”, explicou ainda.
Com esta situação, que implica custos acrescidos com o aluguer de meios de elevação e uma situação “longe de ser a ideal” em termos operacionais, a própria empresa vê a “competitividade das exportações”, a partir de Viana do Castelo, “afectada”.
Contactada pela Lusa, a administração dos ENVC admitiu que o guindaste em causa, uma contrapartida de uma outra empresa alemã (HDW) no âmbito do negócio de construção de dois submarinos para a Marinha, foi colocado na empresa “em condições de deficiente operação, incluindo a necessidade de novas peças”.
“A sua reabilitação exige investimento”, disse ainda a administração daquela empresa pública.
Em Viana do Castelo, entre os terrenos subconcessionados pelos ENVC e o Parque Empresarial de Lanheses, a Enercon funciona com cinco fábricas de componentes e geradores eólicos, e garantiu, no segundo semestre de 2011, quase 77 mil toneladas de exportações, através de 41 navios.
Só nos primeiros cinco meses de 2012, o movimento de navios com exportações da Enercon ronda já as quatro dezenas.
Exportações, sobretudo, de torres de betão, pás de rotor aerogeradores e módulos eléctricos, produzidas nas fábricas do grupo em Viana do Castelo. Entre os destinos estão países como Roménia e Alemanha, Suécia, Itália, além de França e Lituânia.
A administração da Enercon Portugal previa manter a cadência de sete navios por mês, dada a competitividade alcançada pelo facto daquelas fábricas poderem carregar diretamente por via marítima.
Para isso, foi concluída, já no início deste ano, a retirada de 45.000 metros cúbicos de inertes, através de um investimento de 270 mil euros, assegurando este nível de exportações a partir da margem direita do rio Lima e evitando as deslocações para a margem contrária, onde funciona o porto de mar, feitas por via terrestre.
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