Quem Somos
A APP – Associação dos Portos de Portugal é uma Associação sem fins lucrativos constituída em 1991, com o objectivo de ser o fórum de debate e troca de informações de matérias de interesse comum para os portos e para o transporte marítimo.
Pretende-se que a APP contribua para o desenvolvimento e modernização do Sistema Portuário Nacional, assumindo uma função que esteve subjacente à sua criação: constituir-se como um espaço privilegiado de reflexão e de decisão.
Newsletter
Clique aqui para se registar na newsletter.
Clique aqui para sair da newsletter.
Notícias
![]() |
ENVC
Portugal procura apoio do governo brasileiro para investimento nos Estaleiros de Viana
Investimentos nos estaleiros navais de Viana do Castelo, reforço da cooperação na área da Defesa e passagem em revista da situação internacional, com destaque para a Guiné Bissau e o papel da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), estiveram no centro das conversações mantidas dia 24 em Brasília, pelo ministro da Defesa português, Aguiar Branco, com o homólogo brasileiro, Celso Amorim.
Durante o encontro que reuniu no Ministério da Defesa os altos comandos militares brasileiros e a delegação portuguesa, Aguiar Branco destacou as potencialidades dos estaleiros de Viana do Castelo (litoral norte de Portugal), cujo processo de privatização deverá estar concluído em setembro.
A possibilidade de investidores brasileiros desenvolverem para os estaleiros de Viana um projecto semelhante ao que foi contratado pela construtora aeronáutica brasileira Embraer com o Estado português em torno das OGMA-Oficinas Gerais de Material Aeronáutico foi avançada por Aguiar Branco durante o encontro com Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores no governo Lula e, agora, ministro da Defesa na presidência de Dilma Rousseff.
Portugal, por meio dos estaleiros de Viana, poderia participar no reaparelhamento da Marinha brasileira, disse o ministro Aguiar Branco ao Portugal Digital.
O Brasil desenvolve atualmente um ambicioso processo de modernização da sua força naval, em estreita cooperação com a França, envolvendo a transferência de tecnologia para a construção de submarinos nucleares e a instalação de uma fábrica de helicópteros militares no país.
Em declarações ao Portugal Digital, Aguiar Branco disse que “neste momento, está em discussão a possibilidade de participação de capital brasileiro na privatização dos estaleiros (Viana do Castelo”. A título de exemplo, referiu que o processo poderia ser idêntico à “bem sucedida” entrada da Embraer na OGMA e que conduziu, posteriormente, aos investimentos da empresa brasileira de aeronáutica na construção de duas unidades industriais em Évora, sul do país.
Recentemente, a Embraer decidiu abrir portas no Brasil a 35 engenheiros portugueses, no âmbito do projeto de construção do avião militar KC-390.
Abordagens
A reunião no Ministério da Defesa foi também oportunidade para Lisboa e Brasília apresentarem os seus pontos de vista sobre aspectos da Defesa no plano internacional.
A recente reunião da Nato, em Chicago (EUA), a visão portuguesa sobre o processo de retirada das forças do pacto do Atlântico Norte do Afeganistão, e a “curiosidade” – disse Aguiar Branco - em torno da retirada das tropas francesas, reafirmada pelo recém-eleito presidente François Hollande, foram alguns dos assuntos internacionais abordados, bem como a situação na Grécia.
Celso Amorim, por seu turno, destacou a participação das tropas brasileiras em operações de paz das Nações Unidas, designadamente no Haiti e no Líbano, e reafirmou a política de paz para o Atlântico Sul, "sem armas nucleares". Uma estratégia que tem vindo a ser seguida por Brasília e que passa pela recusa à participação em projetos de blocos atlantistas, como seria a chamada "Bacia do Atlântico", defendida por alguns países do hemisfério sul.
Guiné Bissau
Tema também abordado durante o encontro foi a situação prevalecente na Guiné Bissau, cujo governo foi derrubado no dia 12 de abril, em pleno processo eleitoral, por um golpe militar.
Portugal e Brasil partilham da mesma organização internacional , a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), de que a Guiné Bissau também faz parte. Ambos os países, tal como a CPLP no seu conjunto, condenam "veementemente" o golpe militar e defendem o respeito pelas normas constitucionais, mas parecem existir sensibilidades diferenciadas sobre os caminhos para o restabelecimento da legalidade. De acordo com fonte brasileira, deverão ser mantidos canais de diálogo e deverão ser considerados o papel da Nigéria e da CEDEAO, em cuja região está inserida a Guiné Bissau.
A este propósito, Aguiar Branco disse ao Portugal Digital que a posição que o governo português tem privilegiado é a assumida pela CPLP. Uma posição assente, fundamentalmente, na defesa de preceitos constitucionais e de normas internacionais. “Estamos em convergência com o Grupo de Contato”, visando o retorno à “ordem constitucional”, disse o ministro.
O ministro da Defesa português deverá visitar, ainda nesta quinta-feira, as instalações da Embraer em São José dos Campos e, na sexta-feira, último dia da visita, estará no Rio de Janeiro, onde manterá encontros com autoridades ligadas à indústria militar brasileira.
Artigos relacionados: