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Cruzeiros turísticos no Douro em crescimento acelerado
Em três anos, segundo o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, os cruzeiros em barco-hotel no Douro cresceram 30%, chegando, no ano passado, a 22 mil passageiros. Isto, segundo Mário Ferreira, da Douro Azul, ainda é apenas uma "gota" do potencial do rio.
Sendo uma das duas empresas que oferecem aquele tipo de cruzeiros no Douro - e a única portuguesa -, a Douro Azul tem beneficiado do crescimento nos cruzeiros fluviais. Em 2010, transportou cerca de 9.500 passageiros em navio-hotel e, este ano, com a entrada em funcionamento do navio Douro Spirit, mais turistas terão passado uma semana no Douro.
"São viagens de uma semana até ao Douro Internacional, com paragens ao longo do percurso para visita à região e refeições em quintas nossas parceiras, sendo muito importante a interactividade entre os cruzeiros e a região", descreve o empresário Mário Ferreira. "Não são cruzeiros baratos, dirigem-se a uma classe que pode pagar mais, por isso o ambiente é de luxo e temos de ser rigorosos no serviço prestado", adianta. A média de preço para um destes cruzeiros nunca é inferior a 900EUR, excepto se for "reserva de última hora, que foi testada este ano no mercado nacional" com êxito.
Para o ano, num investimento de 20 milhões de euros, a Douro Azul vai construir mais dois navios-hotel, já com contratos assegurados com um operador norte-americano para 2013-2017. "Temos já ocupadas 40 semanas anuais: são 55 cabines, 110 passageiros, na sua maioria norte-americanos", revela Mário Ferreira.
Só com os dois novos navios, a facturação da Douro Azul vai duplicar e aumentar quatro milhões de euros anualmente. "Cerca de 80% da nossa facturação passará a ser feita no mercado internacional, o que significa que nos colocamos ao nível das maiores exportadoras nacionais", congratula-se o fundador da empresa.
Nos cruzeiros da Douro Azul, 91% dos passageiros são de nacionalidade estrangeira, correspondendo as maiores fatias aos EUA (33%) e ao Reino Unido (25%). Seguem-se-lhe a Áustria (7%) e a Suiça (7%), havendo menor peso de turistas australianos, brasileiros, franceses, suecos, belgas, alemães, canadianos e noruegueses.
A construção dos novos navios, que a Douro Azul adjudicará até ao final deste mês, poderá ser, também, uma oportunidade para as empresas nacionais que, nas últimas décadas, perderam terreno para os grandes estaleiros internacionais.
"Temos de escolher entre as propostas dos estaleiros de Viana, de Aveiro e de um holandês", revela Mário Ferreira. "Francamente, preferia adjudicar a um estaleiro português, mas vamos ver se isso vai ser possível e se têm capacidade para entregar os navios com o nível de acabamentos de luxo que os nossos clientes exigem", confessa o empresário.
O mercado dos cruzeiros fluviais no Douro está a "crescer de tal ordem e a procura é tão grande" que a internacionalização da Douro Azul foi, para já, adiada. "Ainda há muito por explorar no Douro", conclui Mário Ferreira.
Turismo ferroviário pode beneficiar com privatização da CP
A exploração das linhas ferroviárias históricas no Douro é algo que, para o empresário e proprietário da Douro Azul, Mário Ferreira, poderá beneficiar com a privatização da CP. "Partindo do princípio que os privados existem onde há negócio, a exploração ferroviária turística não poderá continuar a ser negligenciada", explica o empresário.
Nos últimos anos, apesar da introdução de novas carruagens, Mário Ferreira considera que "a CP recusou aceitar o valor do turismo no desenvolvimento da linha", fornecendo "mau serviço para o valor do bilhete turístico, que é mais caro do que os normais, com comboios sujos e WC sujos que desprestigiam a região". Para quem trabalha no turismo no Douro, é difícil compreender que "não haja vocação turística para explorar o comboio a vapor, que poderia ser um verdadeiro comboio turístico".