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POR VÍTOR CALDEIRINHA
PORTOS DA REGIÃO DE LISBOA - Melhorar a Articulação dos Investimentos
Há anos que algumas pessoas têm vindo a defender uma maior articulação entre os portos da região de Lisboa, designadamente em matéria de investimentos e desenvolvimento das capacidades com vista a melhor servir a região e o País.
Costumo definir a Região de Lisboa como “uma região com três margens”, duas do Tejo e uma do Sado, que normalmente é esquecida nas políticas de transportes da região ou relegada para a periferia, designadamente em matéria portuária. A margem do Sado não é de menor importância em termos portuários, bem pelo contrário, por apresentar quatro vantagens únicas muito importantes: (a) está muito próxima do centro de Lisboa (30Km em linha recta) (b) mas não tem qualquer tipo de congestionamento ou condicionamento urbano e (c) tem fundos para navios de grande dimensão, que podem ser mais aprofundados com facilidade, (d) junto a vastas áreas livre para expansão de terraplenos e cais de fácil (barata) construção.
Setúbal, é o quarto porto nacional e tonelagem e um dos com maior valor da carga que movimenta, e tem um potencial portuário único na região de Lisboa, que garante a expansão da oferta portuária por muitas décadas, sem constrangimentos. As empresas exportadoras já sabem e utilizam o porto com grande intensidade: Secil, Cimpor, Autoeuropa, Portucel/Soporcel, Somincor, Siderurgia Nacional, Lusosider, EDP, Petrogal, entre outras.
Face aos constrangimentos que têm vindo a surgir, infelizmente, com alguns projectos de expansão natural de terminais portuários na região de Lisboa, não tenho dúvida que Setúbal tem infra-estruturas alternativas disponíveis e capacidade de expansão complementares, fora da pressão urbana, para poder vir a ter nos próximos anos um papel muito importante na região e no País, em complemento a outros projectos previstos.
Para isso dispõe de vantagens inegáveis:
• Localização – no centro da região de Lisboa, a poucos minutos da ponte Vasco da Gama, a 10km da Plataforma do Poceirão.
• Sem pressões urbanas – localizado em área não congestionada, com ligação desnivelada directa à auto-estrada, com vastas áreas de expansão em zona industrial da Mitrena;
• Capacidade disponível imediata – Possui um dos maiores terminais de contentores do País, com fundos de 15 metros, com vasta capacidade disponível de cais e terraplenos, para 400 a 500 mil TEU, muito longe de estar esgotada, já com linhas regulares semanais de navios de contentores para todo o mundo (Norte da Europa, Mediterrâneo, Médio Oriente, África, América Central e Ásia, esta através de Algeciras;
• Capacidade de Expansão – deste terminal de contentores até 4 km de cais (3 a 4 Milhões de TEU) sem constrangimentos de terrapleno, de acessibilidades e urbanos, pois fica em zona industrial;
• Segundo porto ferroviário nacional – movimenta hoje cerca de 2 milhões de toneladas por ano por ferrovia, com dezenas de comboios diários a circular e capacidade para aumentar e potencial já hoje para movimentar mais 1,5 milhões na Mitrena;
• Um dos portos com maiores fundos do País - 12,5 metros, só ultrapassados por Sines e Alcântara. Embora, à semelhança dos restantes portos nacionais, precise de alguma dragagem de aprofundamento para acompanhar o crescimento da dimensão dos navios que se tem verificado.
É de facto uma grande capacidade natural às portas da cidade de Lisboa que deve ser avaliada e considerada em termos estratégicos portuários na região de Lisboa, em articulação com outras infra-estruturas, incluindo para serviço à região da Extremadura Espanhola, por ser o porto mais próximo. Tem capacidade imediata até para vir a ser o grande porto da região de Lisboa num futuro próximo, se for considerado necessário.
Mas para isso, é fundamental criar as acessibilidades para ligar o porto de Setúbal à futura rede de bitola europeia e para poder receber os navios que estão a aumentar de dimensão, sem perder nível competitivo:
• Melhoria das acessibilidades marítimas, através de dragagens de aprofundamento do canal de entrada até 15 metros, com custos até cerca de 25 milhões de euros na primeira e segunda fase (low cost), que deverão ser incluídas no plano estratégico portuário nacional;
• Ligação ao Poceirão em bitola europeia, num troço de apenas 10km, que deveria ser incluído na proposta de revisão das Redes de Transportes Europeias recentemente apresentada pela Comissão Europeia (foi o único porto principal nacional excluído).
Por Vítor Caldeirinha
Porto de Setúbal - Vastas áreas de expansão portuárias e industriais livres junto a Lisboa e a 11 km do Poceirão
Terminal de Contentores de Setúbal – um dos maiores do País, longe de estar esgotado
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