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QUANDO UM NAVIO FICA PARA A HISTÓRIA

Desvio do «Santa Maria» a 22 de Janeiro de 1961

O desvio do paquete 'Santa Maria' começa na madrugada de 22 de Janeiro de 1961, com a entrada de vários membros na ponte de comando do navio, e durante vários dias vai concentrar as atenções de todo o mundo para a primeira acção política deste género. Inicia-se um acontecimento que vai marcar o tom da contestação a Salazar, ao regime e à política colonial.

"Em todo o país o acto de pirataria causou indignação e repulsa", era um dos muitos títulos que ocupavam a primeira página do Diário de Notícias de há 50 anos. Durante os dias seguintes, variantes sem fim desse título continuaram a ser destaque na capa do jornal, para explicar o assalto e o desvio do paquete Santa Maria por um comando liderado por Henrique Galvão.

Era o primeiro acontecimento radical, dos muitos que desafiariam Salazar em 1961, ano de sucessivos contratempos políticos para com um regime que se perpetuava e com o qual a maior parte dos portugueses convivia adormecido.

Se foi notícia em Portugal o assalto ao Santa Liberdade, nome com que o comando o rebaptizou após a tomada do navio, a repercussão mundial foi enorme e centenas de jornalistas de todo o planeta viajaram para o Brasil e cobriram o acontecimento. Houve até um que, no desespero de ser o primeiro a contactar os revoltosos, alugou uma avioneta e atirou-se de pára-quedas. Falhou o convés e quase ia sendo devorado pelos tubarões.

Enquanto o desvio prosseguia erraticamente até ser decidido atracar no Recife, a contra-informação em Portugal era gigantesca, mas não suficiente para retirar a dimensão de herói ao capitão que desafiara o ditador português e de o acto ser notícia com interesse planetário.

Camilo Mortágua foi um dos membros do comando de Henrique Galvão, que, aos 29 anos, participou numa das mais extraordinárias aventuras duma vida bastante repleta de actos de rebelião. Poucos meses depois, em Outubro, entraria num avião da TAP e executaria, com Palma Inácio, outro desvio, para sobrevoar Lisboa e outras cidades portuguesas numa distribuição de panfletos contra o regime.

Nas memórias que publicou, Mortágua conta como decorreu esse acto inédito nos mares de então: "Pessoalmente, deveria encarregar-me de levar para bordo as armas e munições dos companheiros portugueses que viajaram para Curaçao, Galvão incluído." Mas aquilo que se poderia pensar ter sido fruto de um comando armado até aos dentes teve uma realidade bem diferente: "Em boa verdade, à excepção dos comandantes, ninguém tinha a sua arma." Conta Camilo Mortágua que uma delas nem funcionava porque tinha uma bala encravada no cano. Do lado dos espanhóis do comando que assaltou o navio a situação não era melhor: "Havia dois ou três casos de possuidores de armas próprias."

A Operação Dulcineia foi montada no máximo secretismo, e Mortágua só soube de certos pormenores quando Galvão publicou O Assalto ao Santa Maria, o que "no ambiente de quase clandestinidade era perfeitamente normal". Mas, mal concretizaram o assalto, essa discrição desapareceu e até a vigilância de aviões americanos se fez sentir sem que, no entanto, tenham dado a Salazar as informações pretendidas.

A memória de Mortágua é cinzenta no que respeita à primeira noite a bordo, mas nunca se esqueceu da dificuldade em cumprir o papel de "oficial de ligação" entre os portugueses e os espanhóis do comando ibérico nas primeiras horas de embarcados, momento fundamental para sincronizar a acção. Esta divergência atrasou e, diz, comprometeu toda a operação: "Soutomaior atacou como quis e Galvão dirigiu os 'seus homens' como lhe pareceu." Dominado o navio, um oficial morto por resistir, o atraso no início da operação impediu que o Santa Maria desaparecesse, como era intenção, até se aproximar de África, para atacar Luanda. O Recife foi o destino, e o recém-eleito presidente do Brasil, Jânio Quadros, dá asilo político aos rebeldes.

 

FONTE: DIÁRIO DE NOTÍCIAS







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