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1991, com o objectivo de ser o fórum de debate e troca de informações de
matérias de interesse comum para os portos e para o transporte marítimo.
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Sistema Portuário Nacional, assumindo uma função que esteve subjacente à sua
criação: constituir-se como um espaço privilegiado de reflexão e de
decisão.
Teve esta segunda-feira início a primeira de uma série de 40 audiências preliminares sobre o caso do Costa Concordia, o navio que naufragou no ano passado em Itália. Não podendo recuperar as 32 vítimas da tragédia, as famílias querem, pelo menos, saber a verdade.
«Os meus clientes querem perceber o que realmente aconteceu, porque é que aconteceu, e de quem é a culpa», disse Massimiliano Valcada, o advogado de uma família de vítimas francesas, antes da primeira de uma série de 40 audiências no tribunal de Grosseto, na Toscana.
«Isso faz não mudar o que aconteceu durante aquela noite terrível, mas eles precisam saber a verdade, pelo facro de um parente próximo ter morrido naquela noite, provavelmente devido a um erro», acrescentou, citado pelo jornal «Libération».
O ex-capitão do navio, Francesco Schettino, abandonou o navio, quando uma grande parte dos passageiros ainda não tinha sido retirada da embarcação, e é acusado de homicídio múltiplo por imprudência.
Para além do ex-capitão, o Tribunal também deverá apurar as responsabilidades de outros cinco membros da tripulação e dos vigilantes da costa.
O advogado Massimiliano Valcada acredita que houve um «problema de procedimento», talvez por «excesso de confiança», inexperiência e falta de preparação da tripulação.
Também se aponta o dedo ao chefe da guarda costeira, Roberto Ferrarini, pelo resgate lento, considerado a principal causa para a dimensão da tragédia.
O Ministério Público italiano pede ainda que a Costa Cruzeiros, a companhia que organizou a viagem, seja obrigada a pagar um milhão de euros em indemnizações, mas a empresa continua a «atirar» toda a responsabilidade para o comandante.
Segundo o «La Repubblica», a cidade da ilha de Giglio exige, através de seu advogado compensação, uma indemnização de 80 milhões de euros por danos na sua costa.
A associação de consumidores Codacons, que representa alguns sobreviventes, divulgou já um relatório no qual conclui que alguns equipamentos, incluindo um sistema de fecho de portas para separar o navio em compartimentos estanques não funcionou.
Até ao momento, dezenas de sobreviventes já lançaram ações judiciais em tribunais civis contra a Costa Cruzeiros, a companhia que organizou a viagem.
O gigante dos mares levava 4.229 pessoas a bordo, incluindo 3.000 turistas de 70 países. Embateu a alta velocidade numa rocha a 300 metros da costa e encalhou junto às margens da Ilha Giglio, naquela noite de 13 de janeiro de 2012.