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Depois de três anos no mar e na terra, um saco biodegradável (afinal) sobrevive

E se afinal os sacos de plástico biodegradáveis não forem assim tão biodegradáveis? Investigadores da Universidade de Plymouth, em Inglaterra, examinaram o processo de decomposição de sacos de quatro tipos de plástico expostos em diferentes ambientes naturais e as conclusões não são animadoras: ao fim de três anos, nenhum se decompôs totalmente em nenhum dos ambientes testados.

A investigação, levada a cabo por Imogen Napper, a “detective dos plásticos”, e Richard Thompson, que estuda o lixo nos oceanos há mais de 20 anos e criou a definição de microplásticos, colocou os quatro tipos de sacos de plástico — convencionais (de polietileno), compostáveis, biodegradáveis e oxiobiodegradáveis (que têm na sua composição um aditivo para acelerar a degradação) — expostos ao ar, à terra e ao mar, para monitorizar as alterações da textura da superfície do material, estrutura química ou desintegração. O objectivo era comprovar se as diferentes formulações de plástico que supostamente se deterioram mais rapidamente e provocam menos impacto ambiental efectivamente o faziam.

O saco compostável apresentou melhores resultados do que os aclamados biodegradáveis: desapareceu totalmente num período de três meses em ambiente marinho e, apesar de 27 meses após ter sido enterrado no solo ainda existisse (com alguma deterioração), já era incapaz de aguentar peso, acabando por se desfazer quando eram colocados objectos no seu interior. O saco “biodegradável”, por outro lado, encontrava-se perfeitamente funcional, sendo capaz de carregar compras depois de três anos em contexto marinho ou enterrado no solo — o mesmo cenário verificado nos sacos oxiobiodegradáveis e convencionais, contrariando assim a promessa de decomposição total no ambiente num período de tempo relativamente curto.

Resultados, publicados agora na revista Environmental Science and Technology, que surpreenderam Imogen Napper: “Fiquei espantada que algum dos sacos ainda conseguisse suportar um monte de compras. Mas o mais surpreendente foi que um saco biodegradável o pudesse fazer”, afirma, em comunicado. E, perante este cenário, Richard Thompson levanta a questão: “Podemos confiar nas taxas de degradação das formulações biodegradáveis como uma solução realista para o problema do lixo de plástico?”

Actualmente, cerca de metade dos plásticos utilizados em todo o mundo são descartados após uma única utilização. No estudo, os cientistas citam um relatório da União Europeia de 2013 que refere que cerca de 100.000 milhões de sacos de plástico são produzidos todos os anos — e muitos acabam no mar, criando uma "sopa de plástico". Por ano, são 13 milhões de toneladas de plástico que chegam ao oceano, que acabam por matar animais: em Março, uma baleia deu à costa nas Filipinas com 40 quilos de plástico no estômago.

A tomada de consciência em relação a este problema tem levado ao crescimento de soluções biodegradáveis e compostáveis. E “quando vemos alguma coisa denominada dessa forma, automaticamente pensamos que se irá degradar muito mais rapidamente do que um saco convencional”, refere a detective dos plásticos. “Mas a nossa investigação mostra que pode não ser o caso”, atira.

Richard Thompson corrobora: “Demonstrámos que os materiais testados não apresentam nenhuma vantagem consistente, fidedigna e relevante no contexto do lixo marinho.” E admite que a investigação “levanta muitas questões sobre o que o público pode esperar quando vê algo etiquetado como biodegradável”. Mas não se sabe ainda qual será a solução. A Vegware, empresa de embalagens ecológicas que produziu o saco compostável utilizado na investigação, explicou ao jornal The Guardian que não há “materiais mágicos” e que até para reciclar materiais compostáveis é necessário fazê-lo de forma correcta. “Descartar um produto para o ambiente é poluir. Materiais compostáveis precisam de cinco condições: micróbios, oxigénio, mistura, calor e tempo.”

Imogen Napper, que mostrou que a embalagem de um produto cosmético pode ter quase três milhões de microesferas, sugere que as pessoas mudem os hábitos e deixem de comprar produtos que contenham microesferas. A investigadora britânica descobriu também que durante uma lavagem de roupa na máquina podem ser libertadas mais de 700 mil microfibras, que irão parar ao ambiente e já está a tentar desenvolver tecnologias para “apanhar fibras no ciclo da máquina de lavar”. Enquanto não há respostas e soluções, há medidas que podem ser tomadas a título individual: rejeitar um “estilo de vida assente na descartabilidade", como sugere Will McCallum, responsável para os oceanos na Greenpeace do Reino Unido, pode ser o primeiro passo.

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